O futuro da cafeicultura e o uso de novas tecnologias de produção

O café é um das riquezas nacionais entretanto qual o futuro da cafeicultura e o uso de novas tecnologias de produção?

Conhecido como ouro verde, a chegada no século XVIII trouxe prosperidade e desenvolvimento urbano.

Com o surgimento de uma nova classe da elite brasileira antenada com a moda, costumes e padrão de vida europeu, bem diferente da aristocracia anterior.

A produção em larga escala movimentou a economia e tornou o maior produtor do mundo, são mais de 150 anos produzindo um café de qualidade.

No passado crises ameaçaram por fim ao império com a queda da bolsa americana em 1929 e excedentes fizeram muitos cafeicultores declarar falência.

Ocasionando mudanças de grande latifúndios passou para pequenos cafezais com uma produção especializada, por isso a necessidade de empregar novas tecnologias para máxima eficiência.

Mas que inovações são essas e como vai impactar o café? Pensando nisso, separamos informações importantes. Confira a seguir!

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Passado, presente e futuro da cafeicultura brasileira

A primeira tentativa do Brasil de instaurar o plantio de café não saiu como o planejado. Pois as primeiras mudas introduzidas em Belém no estado do Pará, no Maranhão e Bahia fracassaram.

O clima seco e solo arenoso não favorecem o cultivo e ainda mais o café arábico, com peculiaridades para sua cultura. Com a necessidade de atenção ao manejo.

Ao migrar a cafeicultura para o sudeste com clima mais ameno e solo argiloso foi a combinação ideal, para o sucesso do café brasileiro.

Com o café a economia deu um salto para a modernidade com construções de cidades, edifícios e ruas.  Os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foram os mais beneficiados.

Entretanto, quando a praga chamada ferrugem assolou os cafezais, foi necessário a substituição por outro tipo de café, o Robusta, que é mais resistente.

Logo após a recuperação veio a queda da bolsa que afetou negativamente a cafeicultura brasileira mesmo com incentivos do governo alguns fazendeiros faliram.

Isso acarretou a venda dos seus latifúndios e o surgimento de pequenos produtores seduzidos pelo grande impacto financeiro do café.

Algumas décadas depois e o Brasil ainda é um dos grandes produtores de café, entretanto com a expansão do cultivo o mercado está mais concorrido.

As novas tecnologias usadas para melhorar a eficiência e produtividade, tornando os grãos melhores, manejo facilitado por máquinas e aumento de vendas através da internet. 

No mercado cada vez mais competitivo, as tecnologias devem ampliar a produção e qualidade genética dos grãos, além da criação de insumos para o solo.

A importância de adotar novas tecnologias para obter melhores resultados na cafeicultura

Uma estimativa prevê que em 2050 o planeta terá 10 bilhões de pessoas, com a capacidade atual de produção de alimentos não terá comida.

Por esse motivo é necessário produzir alimentos sustentáveis e de qualidade, pois é nesse ponto que as novas tecnologias podem auxiliar uma produção eficiente.

A cafeicultura não pode ficar de fora, é preciso empregar novas tecnologias, controle de pragas, melhoramento de mudas, espécies mais resistentes.

Além de ampliar o acesso à internet, estima-se que cerca de 70% das propriedades rurais ainda não possuem uma conexão adequada.

Os impactos disso, é a baixa implementação de novas tecnologias no campo que impactam a produtividade e rentabilidade das fazendas.

O Brasil é responsável por 1\3 da produção mundial de café e a maioria de fazendeiros não utiliza imagens de satélites para analisar o clima e possíveis geadas.

E nem tampouco drones para pulverizar áreas que a mecanização não chega devido o relevo do local. Contudo essa resistência aos avanços precisa ser quebrada para que o cultivo do café evolua.

A agricultura precisa modernizar suas técnicas com o auxílio de software de dados, aprimoramento de máquina com inteligência artificial, uso de imagens obtidas mediante satélites e ampliação do sinal 4G e 5G nos campos.

A Cecafé(Conselho dos exportadores de café do Brasil) é uma instituição moderna que defende e promove os interesses do setor de exportação.

Segundo a Cecafé em relatório sobre o mês de abril a falta de ocorrência de acidentes climáticos, caminhamos para uma recuperação da produção de arábica, tão afetada nos últimos dois anos.

Se fossem adotados software de projeção de clima com auxílio de monitoramento de satélite o número de cafezais atingidos seria menor.

O que é Cafeicultura 4.0?

É um conjunto de operações envolvida na produção do café que faz uso de tecnologias como agricultura de precisão, big data e internet das coisas, que trabalham juntas para otimizar as tarefas no campo.

O objetivo central das aplicações dessas inovações é conectar todos os pontos da cadeia evolutiva. Além de superar desafios como pragas, doenças, efeitos climáticos e diminuição de mão de obra.

Os produtores conectados a softwares, sistemas integrados e sensores para que assim consigam aplicar a agricultura de precisão e obter grandes resultados.

Com o uso da tecnologia da informação baseada em fatores climáticos, solo, agricultura de precisão e controle de pragas contribui para sustentabilidade da produção, ou seja, promove uma melhoria no desempenho.

Agora veja alguns projetos que utilizam dos avanças tecnológicos para produção de café com máxima qualidade.

Software de gestão

Um importante fator geralmente negligenciado na hora da produção de café é a gestão do negócio, pois muitos produtores se preocupam mais com o plantio e isso acarreta perdas significativas ao empreendimento.

A princípios esse programas visam possibilitar que o cafeicultor possa planejar e monitorar todas as etapas da produção dos grãos. Desde o plantio de mudas até o beneficiamento do produto.

Com melhorias para a administração de recursos financeiros, humanos e materiais para ter uma melhor comercialização do café.

Contudo é importante que o produtor rural tenha uma capacitação para aprender a usar essas novas tecnologias e ter benefícios incríveis. Além de poder, ter acesso a uma internet de qualidade aliada a isso.

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Drones e satélites utilizados no acompanhamento da produção de café

A inovação tecnológica chegou aos campos e trouxe consigo novos ares à cafeicultura. Por causa de processos que demandam uma carga maior de trabalho e custo financeiro.

O uso do drone, pequenos aeromodelos comandados por controles remoto são utilizados na agricultura de precisão visando otimizar processos e aumentar a produtividade.

É utilizado em atividades como sensoriamento, demarcação, detecção de pragas e pulverização.

As vantagens são o alcance de grandes áreas em menor tempo para pulverizar, baixo custo em mão de obra e capacidade de chegar a lugares de difícil acesso.

O funcionamento é simples em 1 dia o drone é capaz de pulverizar 8 a 12 hectares de terra. Com uma precisão na dosagem do insumo de combate a pragas e doenças.

Assim como em outros setores da economia, as novas tecnologias vieram para promover a escalabilidade de resultados mediante informações precisas e inteligentes na gestão da produção agrícola.

As imagens por satélite monitoram o clima e mapeiam áreas de podem ter a incidência maior de geadas em estados mais frios.

Um caso importante que marcou a cafeicultura brasileira foi a geada negra que atingiu o país em 1975.

Por causa do ar frio, associado a baixa umidade e fortes ventos, congela a seiva da planta e danifica a sua estrutura, dando uma coloração preta a toda planta e causando a morte.

As lavouras foram atingidas no Paraná e a produção teve baixa em 50%,ou seja, prejudicando a produção nacional.

O uso de drone e satélites visam ajudar os cafeicultores nos desafios enfrentados diariamente em suas plantações, para que assim passem a produzir com mais qualidade e eficiência.

Sistema de irrigação automatizado

Na cafeicultura 4.0 a regra é produzir o consumo de insumos e energia elétrica mais efetiva, sem desperdícios.

Cada planta precisa de uma quantidade específica de água e com auxílio do sistema de irrigação essa tarefa será mais eficiente e realizada em menor tempo.

O sistema de irrigação feito por meio de uma máquina programável vem sendo amplamente utilizado, com controlador eletrônico, que armazena informações fazendo o trabalho mais ordenado.

Além de facilitar o trabalho com a irrigação, são capazes de produzir relatórios que facilitam o monitoramento constante da plantação.

Máquinas agrícolas com telemetria

Essa inovação saiu direto das corridas de fórmula 1 e vem sendo difundida e implantada em diversos tipos de máquinas, desde colheitadeiras, tratores e caminhões de transporte.

O funcionamento é a partir de sensores instalados nas máquinas que são capazes de identificar quantidade de combustível consumido, distância percorrida, velocidade, rotação e temperatura do motor.

Essas informações são enviadas a um banco de dados, ou seja, possibilitam a identificar irregularidade no funcionamento e alertando o produtor para o defeito da máquina antes de ocorrer grave problema.

Controles de pragas

As doenças em plantas podem levar ao prejuízo do produtor e perda da qualidade dos grãos no caso do café, e para que isso não ocorra um monitoramento da plantação é fundamental.

É possível instalar na plantação sensores remotos de controle de doenças e identificar a área afetada e combater de forma mais eficiente sem desperdiçar tempo com locais saudáveis.

Além de poupar horas de trabalho vai evitar o desperdício de material e evitar contaminação do solo e ter um custo menor.

Outro importante aliado é o desenvolvimento de novos estudos sobre doenças na plantação do café, pois as pragas se reproduzem e se tornam ainda mais agressivas.

Análises de condição dos solos

A instalação de sensores de monitoramento do solo que verificam a qualidade e composição a fim de otimizar a produção agrícola.

E analisar em tempo real características do solo, índices de vegetação e quantidade de matéria orgânica com uso da conexão com a internet.

Comunicação de dados no campo

O digital hoje em dia está em todos os lugares, entretanto o Brasil é um país com dimensões continentais, e por esse motivo não possui uma boa cobertura no campo.

As inovações tecnológicas do setor precisam de uma internet de alta qualidade para conectar as máquinas aumentando a produtividade e integração do sistema.

Felizmente algumas empresas de telecomunicação tem se posicionado de forma mais ativa para levar os recursos com qualidade até as zonas rurais.

Sem uma conexão estável é segura fica impossível usar dispositivos eletrônicos com total eficiência nas fazendas de café.

As ferramentas que usam inteligência artificial têm sido cada vez mais relevantes para conquistar melhor aproveitamento e produtividade no campo. Por isso é fundamental contar com uma conexão segura na zona rural.

Com a implantação do 5G isso pode melhorar, pois é uma banda larga sem fio que potencializa em até 50 vezes a velocidade da internet.

Com um menor custo na instalação pode ser a saída para a falta de cobertura na zona rural, e assim ampliar ainda mais o digital.

Os benefícios do 5G no campo

Otimização do processo

A cada decisão tomada é possível ter a certeza que está alinhada com os processos em andamento e com aqueles que estão prestes a acontecer. Com o aumento da assertividade. 

Redução de custos

Quanto maior a precisão da tomada de decisão baseado em dados do negócio mais difícil é de gastar dinheiro com o que não é necessário. Isso é possível com gestão integrada.

Aumento da produtividade

As ferramentas tecnológicas evitam erros, retrabalhos e zero desperdício de horas de trabalho. Faz com que sobre tempo para outras etapas que demandam cuidados maiores.

Sustentabilidade

Com a localização certa das pragas mediante sensores possibilita o menor uso de defensivos agrícolas que beneficia o meio ambiente.

Inteligência artificial na cafeicultura

Atualmente o assunto que domina as rodas de conversa é a inteligência artificial, mas o que é? E como funciona na cafeicultura? 

Podemos conceituar a IA com um campo da ciência da computação que se dedica a desenvolver máquinas capazes de simular ou pensar como os humanos.

A utilização na cultura do café é para beneficiar o produtor e pensado nos desafios do cultivo, com sensores de alta resolução e visão computacional.

As ferramentas que usa a IA visam ajudar o fazendeiro a detectar o estágio de maturação de frutos, produtividade e pragas.

Em alguns casos são embarcados em tratores para captar as informações processar e depois passadas para um site que o produtor tem acesso aos relatórios;

Já existem protótipos que pretendem ser capazes de classificar a qualidade do café por meio de máquinas com os mesmo requisitos do SCA(Specialty Coffee Association) um órgão internacional afere a qualidade dos grãos.

Os avanços tecnológicos dos últimos anos são apenas embriões de algo maior, que promete auxiliar a produção não só de café, mas de alimentos no mundo.

Nova maneira de vender café 

Com o advento da pandemia os avanços tecnológicos se desenvolveram mais rápido e com isso veio as lojas online que no ano de 2020 movimentam a economia.

A maneira de comprar produtos mudou hoje as pessoas pesquisam em sites e redes sociais antes de comprar determinado objeto.

E com o café não seria diferente, surgiram então clubes especializados na bebida mais consumida do mundo, com pessoas dispostas a pagar o preço para ter o melhor grão com a mais adequada torra em sua mesa.

Os consumidores estão cada dia mais exigentes pelo sabor e aroma ideal, desejam um produto mais artesanal e comprar de pequenos produtores.

Alguns cafeicultores criaram seu site ou loja online para atender essa demanda crescente no mercado.

Entretanto, será que o mercado já se adaptou ao novo formato de vender? A maioria ainda resiste às inovações por medo de fazer diferente dos seus antepassados.

A cafeicultura não é apenas um negócio para obtenção de lucros, funciona como uma tradição familiar e esse receio é normal.

A Inatel(instituto nacional de telecomunicações) tem um projeto que promete auxiliar os cafeicultores da região e conectar todos os pontos da cadeia.

Auxiliando na venda direta entre o produto e o consumidor brasileiro e internacional, mediante uma startup que agregue valor ao pequeno negócio.

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Quais os principais desafios para o cafeicultor?

Em meio ao aumento de fertilizantes, secas prolongadas, geadas, eventos climáticos e guerras que encarecem os insumos, não está fácil produzir café no Brasil.

Entre seus principais desafios estão o aumento da procura por grãos de maior qualidade, acesso a novas tecnologias que continuam na fase de teste e as mudanças climáticas.

O clima tem gerado mais impacto na cafeicultura mundial, com sérios riscos de escassez, que influenciam no aumento do preço do produto final.

Contudo o aumento da temperatura estimada para os próximos 20 anos causa preocupação no produtor de café.

Com isso novas tecnologias precisam ser introduzidas no cultivo para melhorar a sua eficiência, além de uma cafeicultura mais sustentável e com baixo índice de emissão de carbono. 

É preciso ficar atento às novas ferramentas e na preservação do meio ambiente para diminuir o aquecimento global. E monitorar de perto a incidência de novas pragas que afetam a qualidade do café.

O futuro da cafeicultura

No futuro o campo estará mais produtivo, onde a produção não vai estar atrelada com a área ocupada, e quem sabe a mesma porção de terra possa se adaptar a diversas culturas.

Com os avanços cada vez mais rápidos na área da tecnologia é importante ficar antenado e utilizar com sabedoria para ter bons benefícios.

A qualidade dos grãos será melhorada devido à eficácia dos novos métodos de cultivo e tecnologias empregados para uma agricultura de precisão.

Com cada vez mais fazendas produtoras de café utilizando da agricultura regenerativa, ou seja, aquela capaz de produzir alimentos e ao mesmo tempo proporciona condições para a recuperação da natureza.

Como a tecnologia colabora para uma cafeicultura mais sustentável

Diversas técnicas vêm sendo usadas para auxiliar na gestão da propriedade rural e reduzir custos e colaborar para a preservação do meio ambiente e reduzir as emissões de carbono.

Com a otimização e redução de agentes defensivos que empobrecem o solo e baixam a qualidade do café.

Já é possível com ajuda de inteligência artificial mapear áreas produtivas da lavoura e identificar focos de pragas, doenças e plantas daninhas.

O uso de imagens de índice de vegetação é importante para pequenos produtores, feitas por satélites especializados. Para avaliar importantes problemas na lavoura.

Outra ferramenta é a estação de monitoramento do clima, algo necessário devido às mudanças climáticas, além de um sistema de irrigação integrado que facilita a vida dos cafeicultores.

Os drones de pulverização estão sendo muito aguardados pelo mercado visando a diminuição de receita e a facilitar o extermínio das pragas em áreas de difícil acesso.

As novas tecnologias são o futuro da cafeicultura brasileira para que o país se consolide ainda mais na produção do ouro verde.

Esse mercado só tem motivos para crescer e ajudar os produtores de café com uma agricultura de precisão a ter eficiência no campo sem destruir o meio ambiente.

O objetivo é reduzir as emissões de carbono para a atmosfera, produzir mais sem perder a qualidade dos grãos para os consumidores cada vez mais exigentes.

Conclusão

Em suma, a cafeicultura no Brasil tem enfrentado grandes desafios nos últimos anos sendo um dos principais afetados pelas mudanças climáticas, oscilação de preços, conflitos internacionais e mudanças no consumo.

O perfil dos consumidores de café tem se tornado mais exigentes e ávidos por grão selecionado e de excelente qualidade.

Alguns estão investindo em aparatos para extrair o que há de melhor nessa bebida com cafeteiras profissionais de método e modelos variados, moedores e maquinas para a torra de grãos.

A sustentabilidade é uma preocupação atual, ter uma agricultura de baixo carbono para aliviar os efeitos da alteração climática no mundo é essencial.

O equilíbrio entre produção de alimentos e sustentabilidade é essencial para deixar o planeta em boas condições para as próximas gerações, pois o consumo exagerado tem provocado efeitos que prejudicam a vida na terra.

Nesse sentido, se apropriar da tecnologia a serviço de uma cafeicultura mais sustentável é o ideal para o beneficiar a sociedade.

O café é o principal produto brasileiro do agronegócio a mais de 150 anos e suas inovações na biotecnologia e utilização de avanços tecnológicos são responsáveis por esse mérito.

Basta agora definir as suas preferências e escolher qual tecnologia que mais se encaixa no seu perfil. Gostou desse artigo? O futuro da cafeicultura e o uso de novas tecnologias na produção de café? Compartilhe com seus amigos.

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